segunda-feira, 16 de junho de 2008

Teoria do Jornalismo x Jornalismo On-line

Teoria do “gatekeeping” no Jornalismo On-line

Cerca de meio século após a sua criação o termo “gatekeeper” tem duas opções frente ao jornalismo on-line: ou se adapta ou se extingue. Na teoria ele representa um processo comum na maioria dos veículos de massa, que é a seleção do que é e do que não é notícia. O “gatekeeper” seria o guardião do portal por onde passam as informações e assim como um porteiro tradicional ele decide quem passa para o lado de dentro do “fantástico mundo do que é notícia”.

Porém se a tese se aplica perfeitamente aos grandes veículos na internet às vezes ela parece não ter sentido. Na internet somos todos “gatekeepers” sobre o que pode ou não ser publicado. A teoria só é valida quando se faz uma análise sobre sua utilização nas grandes redes de comunicação da Internet, como os jornais e portais de notícias em que segue ocorrendo uma triagem rígida sobre o que vai ser postado. Ainda assim a possibilidade de adicionar comentários às notícias termina, ainda que parcialmente, com o poder do “gatekeeper” que fica sem controle das informações que podem ser expostas. Um exemplo de uma tentativa de manter a teoria atuante no Jornalismo On-line é o site do Clic RBS que permite o envio de comentários, mas a postagem não é instantânea portanto passa por uma análise antes de ir ao ar.

Exercício de Heurísticas

O exercício referido pede para que façamos uma análise heurística para avaliar usabilidade de portais corporativos.

O site escolhido foi o de Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas – CEFET/RS.

Fazendo uma análise da primeira heurística, que trata da “visibilidade e reconhecimento do estado ou contexto atual, e condução do usuário” é possível constatar as situações descritas abaixo, baseando-se nas recomendações de Cláudia Dias (http://www.geocities.com/claudiaad/heuristicas_web.html)

Recomendações e análise:
* A página principal do portal deve ser capaz de responder às seguintes perguntas: “Onde estou?” e “O que este portal faz?”.
No site: é possível perceber uma clara visualização de “onde estou?” já que o endereço utiliza o logo da instituição. A segunda pergunta pode ser respondida através dos menus laterais e superiores que dão as alternativas sobre o que o portal oferece.
* Apresentar em destaque o nome da página principal em todas as páginas componentes do portal, preferencialmente no canto superior esquerdo. Pode-se usar o termo Home ou o logotipo da empresa/departamento/projeto, por exemplo.
No site: no topo de página o site apresenta opções de links que levam à um outro site, o do CEFET/RS unidade de Sapucaia do Sul. Caso algum deles seja selecionado uma outra página é aberta e esta não possui links de acesso a home do portal acessado inicialmente. A opção “principal” que poderia substituir “home” leva a página inicial da unidade de Sapucaia do Sul.
* A navegação entre as páginas do portal deve responder às três perguntas: “Onde estou?”, “Onde estive?” e “Para onde posso ir?”.
No site: O site deixa claro a resposta ao “onde estou” já que nas opções escolhidas no primeiro menu lateral muda apenas a estrutura do centro de página que possui títulos específicos para cada ítem selecionado. Já a resposta ao “onde estive” não é tão clara pois o site não forma uma linha de acesso que permite o retorno pelo próprio site. Para voltar é preciso utilizar a ferramenta do próprio navegador. As opções de “para onde posso ir” são claras já que os menus laterais e superiores não se desintegram no momento em que se solicita a abertura de algum link.
* Apresentar a estrutura ou mapa de navegação do portal, ressaltando a página atual onde o usuário se encontra. Por exemplo, o indicativo “Você está aqui!”, como nos mapas turísticos.
No site: a estrutura de navegação deixa a desejar no caso do portal analisado uma vez que não apresenta uma “linha de memória” que permitiria ao internauta saber da onde veio e como chegou até aqui. Ao mesmo tempo após selecionado o link não muda de cor nem recebe nenhuma modificação que indique que está selecionado.
* Apresentar, em todas as páginas, os níveis anteriores da estrutura de navegação (em forma de links) até chegar à página atual (em formato textual, sem link).
No site: o portal analisado não apresenta os níveis anteriores de navegação em nenhuma das situações estudadas.
* Na página principal, incluir um diretório com as principais áreas cobertas pelo portal, resumo das novidades e caixa do serviço de busca. É recomendável que a caixa do serviço de busca também apareça em todas as outras páginas do portal.
No site: no site é possível identificar as áreas cobertas pelo portal por meio dos links relacionados as outras sedes da instituição. As novidades são apresentadas já em primeiro plano no link das notícias. A caixa de serviço de busca dentro do portal é discreta, quase imperceptível, mas é apresentada em todos as páginas que atuam como link interno do portal.
* Em links :
Utilizar textos que sejam auto-explicativos, com informações suficientes sobre o conteúdo do endereço apontado.
No site: o portal apresenta links claros, objetivos e informativos.
Não usar expressões como “Clique aqui”.
No site: a expressão não é utilizada.
Marcar o texto (nome da empresa, título da página, assunto etc.) e não o endereço URL.
No site: os links são marcados com títulos ou assuntos referentes.
Apontar exatamente para o conteúdo descrito no link.
No site: os conteúdos descritos no link estão de acordo com o material visto na página.
Usar títulos de links, fornecendo informações, tais como nome e detalhes relevantes do endereço apontado, e ainda se é necessário o usuário se registrar para poder visualizar seu conteúdo.

No site: os links externos são sinalizados apenas com seus nomes, portanto não trazem informações adicionais. Já os links internos que possuem acesso através de registro prévio apresentam sinalização sobre o cadastro e como realizá-lo.
Identificar de forma diferente links para endereços externos ao portal.
No site: os links internos e externos são apresentados da mesma forma.
Em listas de links, é recomendável fazer comentários sobre os endereços apontados.
No site: na lista de links estão apenas os endereços sem nenhum comentário.
* Usar o atributo ALT , da HyperText Markup Language (HTML), com o significado das imagens para que o texto apareça enquanto estiver sendo feito o download da figura ou quando o usuário optar por suprimir figuras na configuração do seu navegador web.
No site: o site apresenta pouco recurso de fotos e nos que ele é utilizado o atributo ALT não aparece.

* Em mapas de imagem, colocar ALT em todas as posições clicáveis.
No site: o portal não apresenta mapas de imagem.

Quando se faz análise referente a segunda heurística, que trata das questões que podem dificultar ou facilitar a leitura, é possível concluir que o site apresenta na parte das noticias alguns conceitos, como possuir textos pequenos e objetivos. Porém como um todo o portal apresenta uma leitura pesada, a proximidade das colunas de links com a caixa central que apresenta os textos dificulta a leitura. Na maioria dos textos os parágrafos são grandes e não são dividos em links.
Realizando uma análise quanto ao controle do usuário, que representa a terceira heurística, o site apresenta características básica como a presença do link “home” que leva a página inicial. Porém nao deixa claro o caminho percorrido pelo usuário para chegar até onde se encontra, o que pode tornar a navegação insegura para usuários inexperientes. Além disso muitos dos links apresentados como internos são na verdade, links externos, que levam a página de outras unidades do CEFET-RS e que abrem novas páginas ao serem acessadas. O retorno as páginas anteriores não está sinalizado por nenhum link nomeado como “voltar”, para isso é preciso acessar a barra de ferramentas no navegador ou clickar no ponto inicial para o qual se deseja voltar.
Realizando a análise do site escolhido através da quarta heurística, que percebe se o site possui flexibilidade para diferentes tipos de usuários e também eficiência no seu uso, é possível concluir que o endereço selecionado tem uma boa disposição de seus links quanto a nomeação do material que vai ser encontrado. Textos maiores estão relacionado em um link para serem “baixados” para o computador, evitando assim que o internauta tenha de ler grandes textos na tela, o que pode se tornar cansativo. Já a ferramenta de busca é limitada e apresenta algumas dificuldades para o usuário. Quando digitada uma palavra que não foi encontrada ela não apresenta nenhuma sugestão de links relacionados ao tema que possam interessar o internauta. Outro fator é que quando uma palavra foi digitada de forma incorreta com relação a grafia ela não acusa o link com a palavra certa, que poderia auxiliar nesse momento.
Quando se realiza a análise do site baseada nas premissas da quinta heurística, que trata das ferramentas para prevenção e correção de erros, logo no inicio já se percebe uma falha grave: o primeiro link lateral dá acesso ao ítem “cursos básicos” que não apresenta nenhum conteúdo. Bem provável que seja uma página em construção porém nem essa informação é colocada no local, apenas uma pagina em branco é apresentada podendo induzir o usuário a pensar que seu computador ou conexão apresentam problemas. O serviço de busca também apresenta as deficiências já citadas na heurística anterior.

A heurística de número seis trata da consistência com relação às característica da interface do portal, essas decisões facilitam a navegação e podem minimizar erros. A site analisado apresenta a ferramenta de busca posicionada em todas as páginas na parte superior direita, como recomendado pela autora. As cores escolhidas para o portal também respeitam um certo padrão e o fundo claro com letras escuras facilitam a leitura. O site conta ainda com padronização de fontes. Porém os tópicos importantes não são salientados através de nenhuma ferramenta o que torna o site pouco “escaneável”.

A ultima heurística realiza uma análise mais subejtiva quanto a compatibilidade do portal com o contexto no qual ele é utilizado e tem por objetivo saber se a linguagem utilizada corresponde ao público que acessa o portal. No site utilizado como exemplo essa tarefa é dificil pois o portal é voltado para os alunos, para os professores e também para a comunidade externa. Os texto apresentados no portal são formais e alguns deles um pocuo técnicos o que pode dificultar a leitura no caso de usuários externos. Na minha opinião, o site deveria apresentar links que levassem os alunos a um outro tipo de navegação, menos formal e com uma linguagem mais jovem, afinal um dos principais publicos alvos da instituição são os jovens que possuem entre 13 e 14 anos e devem prestar vestibular para ingressarem no CEFET.

Matéria opinativa sobre blogs


Muito suporte para pouca mensagem

Surgimento de 75 mil novos blogs a cada dia põe em questão o conteúdo dos sites

Procurei no Google pela palavra “blogs”, mais de 891 milhões de links foram relacionados pelo site de busca. Entre os dez primeiros estão sites de hospedagem para blogs, blogs de veículos grandes, como a revista “Superinteressante” e o blog da Bruna Surfistinha. A lista representa a pluralidade que forma o universo dessa ferramenta na Internet. De acordo com a Technorati, todos os dias 75 mil novos blogs surgem ao redor do mundo. Nessa lista estão os novos escritores da era cibernética que vão de jornalistas importantes à anônimos (que viraram famosos) como a ex-garota de programa, Bruna Surfistinha.

A escritora pode ser considerada um dos fenômenos da era dos blogs na atualidade. Em 2005 criou seu blog, espaço que usava para contar detalhes sobre sua vida profissional. O blog chegou a receber mais de 15 mil acessos por dia. O sucesso cibernético se converteu em um livro e em muito dinheiro, ambos bem reais. “O Doce Veneno do Escorpião - O Diário de uma Garota de Programa" vendeu mais 250 mil exemplares, inclusive fora do Brasil.

Os grandes jornais do país que migraram também para a Internet possuem blogs para seus colunistas e coberturas especiais. Revistas e até mesmo sites de emissoras de televisão contam com blogs de seus colaboradores. A Globo.com conta com uma lista de cerca de 80 blogs que tratam dos mais variados temas imagináveis e são mantidos pelos profissionais ligados a empresa.

Dados da Technocrati apontam que hoje devem existir cerca de 35 milhões de blogs na Internet. A minha dúvida é quanto ao conteúdo desse material. Sem dúvida que uma das grandes vantagens da Internet é essa abertura que proporciona um salto gigante no número de emissores. Porém existe tanta mensagem para ser dita?

A grande questão é que todos acreditam que tem o que dizer, e talvez tenham, mas será que existem pessoas interessadas em ler? O crescimento no número de blogs se deve principalmente a facilidade em mamanusear a ferramenta, que não exige conhecimentos específicos. Porém, se por um lado esse crescimento é positivo, por outro é avassalador e acaba por encher o espaço virtual de besteiras.

Se destaca quem escreve como credibilidade, como os jornalistas - que geralmente estão associados a alguma grande empresa, que auxilia na divulgação do endereço virtual – e também quem beira o bizarro como a Bruna Surfistinha que com seus relatos picantes vai contribuir apenas para daqui a alguns anos formar mais um blog "desativado" por falta de visitas.